Instituto Pensar - Há 32 anos chegava ao fim a proibição do partido anti-apartheid, na África do Sul

Há 32 anos chegava ao fim a proibição do partido anti-apartheid, na África do Sul

por: Ana Paula Siqueira 


Ex-deputado constituinte, Domingos Leonelli se reuniu com Nelson Mandela na África do Sul, em 1987. Foto: Arquivo pessoal

Há exatos 32 anos, chegava ao fim a proibição do Congresso Nacional Africano (CNA), partido que liderava a luta anti-apartheid na África do Sul, que durava 30 anos.

O então presidente do país, Frederik Willem de Klerk anunciou o fim da proibição durante um pronunciamento televisionado durante a abertura dos trabalhos do Parlamento. Saíam da ilegalidade também o Congresso Pan Africanista e do Partido Comunista da África do Sul, aliado ao CNA.

Foi nesse dia que o então presidente sul-africano se comprometeu a libertar Nelson Mandela, embora sem dizer quando.
"Isto não significa nem de longe que estamos a aprovar ou desculpar crimes de terrorismo ou crimes violentos cometidos em nome de suas bandeiras?, justificou Klerk.

Nove dias depois, Mandela foi solto, em 11 de fevereiro de 1990, aos 71 anos, após passar 27 anos preso.

O anúncio de Klerk pegou muita gente de surpresa, inclusive o Prêmio Nobel da Paz, o arcebispo Desmond Tutu, que morreu em dezembro, aos 90 anos.

"Perdi a respiração?. No entanto, a mulher de Mandela, Winnie, permanecia cética: "Nós não iremos aceitar o osso sem a carne. A revogação da proibição do CNA, do Partido Comunista e do partido Pan Africano no cenário político reinante é simplesmente uma receita para problemas adicionais?, contou Tutu.

Os defensores do apartheid criticaram fortemente o então presidente da África do Sul. Exigiram, sem sucesso, a realização de um referendo para legitimar as medidas pela população branca. Klerk alegou que as mudanças seriam uma postura de precaução para que as autoridades monitorassem as reformas em curso no país.

Reunião com Mandela e luta contra o apartheid

O ex-deputado constituinte, Domingos Leonelli, integrante da Executiva Nacional do PSB e coordenador do site Socialismo Criativo, esteve com Nelson Mandela, em 1987, e destacou a importância do CNA na luta contra o apartheid.

"Com 32 anos de vida legal o Congresso Nacional Africano é e sempre foi um partido-frente multirracial e pluriétnico que organizou a luta contra o apartheid, vitória e o exercício do primeiro governo de Mandela na África do Sul?, afirma.

Sobre o encontro com o líder africano, Leonelli conta que houve uma longa reunião com Mandela onde termos de cooperação foram assinados entre o PMDB, partido que a comitiva brasileira representava, e as organização representadas por Mandela.

A missão diplomática partidária, em que participaram também os deputados Benedita da Silva, João Hermann Neto, Carlos Alberto, Edmilson Valentim, e o senador Paulo Paim, foi um sucesso. Tempos depois, Mandela definiu o Brasil como o destino de suas primeiras viagens internacionais.

Durante as reuniões em que participou na África do Sul, Leonelli lembra que ficou impressionado com a composição do Partido do Congresso Nacional Africano, formada por negros e brancos.

"Negros e brancos mais ou menos radicais, mais ou menos moderados, que se distinguiam mais por suas posições ideológicas que pela cor da pele. Negros e brancos que travavam uma luta ferrenha contra o racismo brutal, violento e odioso do apartheid imposto pelas elites brancas sul-africanas?, frisa.

Com informações do Opera Mundi




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